domingo, 5 de outubro de 2008

Some things simply speak for themselves.

Alguns poemas do livro que acabei de ler (graças ao Gui) Poemas completos de Alberto Caeiro do Fernando Pessoa.
‘Quem me dera que a minha vida fosse um carro de bois
Que vem a chiar, manhãzinha cedo, pela estrada,
E que para de onde veio volta depois
Quase à noitinha pela mesma estrada.
Eu não tinha que ter esperanças — tinha só que ter rodas ...
A minha velhice não tinha rugas nem cabelo branco...
Quando eu já não servia, tiravam-me as rodas
E eu ficava virado e partido no fundo de um barranco.’

‘Falas de civilização, e de não dever ser,
Ou de não dever ser assim.
Dizes que todos sofrem, ou a maioria de todos,
Com as cousas humanas postas desta maneira.
Dizes que se fossem diferentes, sofreriam menos.
Dizes que se fossem como tu queres, seria melhor.
Escuto sem te ouvir.Para que te quereria eu ouvir?
Ouvindo-te nada ficaria sabendo.
Se as cousas fossem diferentes, seriam diferentes: eis tudo.
Se as cousas fossem como tu queres, seriam só como tu queres.
Ai de ti e de todos que levam a vida
A querer inventar a máquina de fazer felicidade!’

‘Vive, dizes, no presente,
Vive só no presente.

Mas eu não quero o presente, quero a realidade;
Quero as cousas que existem, não o tempo que as mede.

O que é o presente?
É uma cousa relativa ao passado e ao futuro.
É uma cousa que existe em virtude de outras cousas existirem.
Eu quero só a realidade, as cousas sem presente.

Não quero incluir o tempo no meu esquema.
Não quero pensar nas cousas como presentes; quero pensar nelas como cousas.

Não quero separá-las de si-próprias, tratando-as por presentes.

Eu nem por reais as devia tratar.
Eu não as devia tratar por nada.
Eu devia vê-las, apenas vê-las;
Vê-las até não poder pensar nelas,
Vê-las sem tempo, nem espaço,
Ver podendo dispensar tudo menos o que se vê.
É esta a ciência de ver, que não é nenhuma.’

Ok, apesar dele me deprimir vou concordar que o cara é um gênio *-*
Não sei como o Fernando Pessoa conseguiu não se matar depois deste heterônimo, vai entender...

Peace and love.

Kah *
Título: Frase clichê, mas peguei de Grey's Anatomy, episódio 2x07, Something to Talk About.

2 comentários:

Dani N. disse...

oláá
então eu passei por aki, mas nem deu pra ler os poemas, essa semana eu to sem tempo pra net (quem diria u.u) Assim q essa semana acabar leio este e os próximos posts xD
Da sua maior leitora, o nome tah ai em cima xD

Yuki K. disse...

Fernando Pessoa é foda, meu primeiro poeta e meu eterno poeta (h)